O Gato

O Gato

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Viens, mon beau chat, sur mon coeur amoureux;
Retiens les griffes de ta patte,
Et laisse-moi plonger dans tes beaux yeux,
Mêlés de métal et d’agate.

Lorsque mes doigts caressent à loisir
Ta tête et ton dos élastique,
Et que ma main s’enivre du plaisir
De palper ton corps électrique,

Je vois ma femme en esprit. Son regard,
Comme le tien, aimable bête
Profond et froid, coupe et fend comme un dard,

Et, des pieds jusques à la tête,
Un air subtil, un dangereux parfum
Nagent autour de son corps brun.

— Le Chat, Charles Baudelaire¹

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A rosa foi oferecida a ela em um gesto impulsivo daquele jovem homem galante que a seguiu durante dias. Minha senhora, como sempre, em saídas empreendidas, banha a tarde parisiense de charme e encantamento. A rua nunca é a mesma depois de ela passar. Transformava-se em perfumes de azaleia

Ele, encantado, não se preocupou em saber que a sombra que a ela se grudava era a de Aupick, homem de alma escura e dominadora. No ímpeto de Don Juan, apenas a queria cortejar, envolvê-la na lábia ganhadora de outras damas, apertá-la nos abraços de músculos trabalhados, porque a beleza possuidora de minha senhora lhe deixara os olhos embaçados. As ações movidas por ele não respeitavam o alerta do cérebro, apenas escutavam o coração gritar.

Ao entregar-lhe a rosa, ele carregava no rosto um sorriso manso, de expressão disfarçada e mãos trêmulas. Inseguro, mesmo audacioso. A voz transbordava insegurança, mesmo movido pelo desejo irrefreável.

— É um homem gentil…

— Adolpho. Pode chamar-me de Adolpho.

(…)

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