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Adiantava a hora do despertador.
Não conseguia livrar-se da pressa.
Ela se aconchegava junto a ele todas as noites.
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Vida mansa. Essa era a melhor política.
O bisavô, a quem chamavam de Marquês, lhe diria: não chore pelo leite que ainda não foi tirado, pombas!
Sorriu da lembrança.
Amarrou o tênis, agarrou a guitarra e saiu para tocar com a banda.
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Os pais venceram a neve daquele sábado, obstinados, rumo ao museu. A mãe com o objetivo de ver o hominídeo da área antropológica. O pai, a veste samurai da exposição sobre o Japão. Enquanto o carro seguiu, ele desligou-se por completo e imergiu em seu mundo particular, iniciando o habitual movimento iterativo.
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Na Rússia, do lado externo do Aeroporto Internacional Domedovo, próximo de um parque, abre-se um portal. A cada avião que zune decolando ou aterrissando, um ser fantástico entra ou sai por ele. A magia é ordenada pelo canto de uma cotovia, a mando de uma maga anciã.
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O prato especial que Cavaco, um brasileiro naturalizado alemão, fazia no restaurante Quantum não passava de tutu com berinjela. Mas o nome era pomposo: Nahrung der Götter.