Os Varais

VARAIS CONTO TRADUZIDO1.jpg

 

OS VARAIS

NOVEMBRO 07, 2017

Traduzido por: Evelyn E. Postali

 

As luzes da casa apagaram. As cortinas se fecharam apressadas. A senhora vestiu luto. Maca, a senhorita, também. Os raios de sol, às vezes nos lembravam de que havia vida lá fora, trazendo a poeira que eu não conseguia fazer sair da casa. Aquela poeira que entrava mesmo se varresse mil vezes, como se fossem os ossos esmagados de nossos soldados ou da terra removida pelas bombas. A poeira se instalava insistente no mobiliário e antecipava a repreensão da patroa. Maca, atrás de mim, chamava-me pelo apelido, Maria, porque, meu nome verdadeiro, Alejandrina, nunca me agradou. Eu fechei as cortinas, bloqueando toda a luz, de modo que a casa, que o senhor nunca mais veria, permaneceu na penumbra.

Cobri meu cabelo com um lenço escuro de pano barato. A patroa, com um chapéu decorado com uma pena preta. Ela tinha lindos cabelos, mas desde que a guerra começara, ela não conseguia manter seu estilo de vida. Talvez esse seja o verdadeiro motivo para as roupas pretas, o motivo do duelo. As coisas que estão perdidas, mas que poderiam ser alcançadas novamente, não como a morte que é irreversível, mas como a boa vida, são as que mais danificam. Eu sei, porque conheci um menino que poderia me fazer mãe, no entanto, desapareceu muito antes do patrão.

A senhora não conseguiu comprar as roupas que viu no catálogo da loja de produtos para enlutados. Ela atirou-o para o lado para que eu pudesse jogá-lo fora. Para disfarçar, tingi-as com cera de sapato preto. Entretanto as manchas não desapareceram.

Eu estava limpando o guarda-roupa do patrão, um dia. Há camisas de manga e gravatas amarelas. A senhora ordenou lavar algumas, para doá-las. O senhor trancava seu armário e ele não permitia que fosse aberto. Ele deixava as roupas que precisavam ser lavadas na cama. Mas eu sabia onde a chave estava escondida, então, pedi permissão da senhora para abri-lo.

Encontrei a roupa habitual, mas também vestidos. Eu sabia que ele tinha tido outra filha de um casamento anterior, mas não imaginava o quão bonita ela tinha sido. Na parte de trás do armário, atrás da roupa, encontrei um desenho da jovem, à mão livre. Talvez seja injusto dizer isso, mas ela era mais bonita que Maca. Ou talvez fosse uma Maca adolescente, embelezada, na flor da idade. No desenho, não há sinais de pneumonia, aquela que a levaria.

A senhora não se surpreendeu quando eu disse que havia roupa de mulher. Ela ordenou que eu a doasse para o proprietário do orfanato das meninas, em frente à residência. Foi o que eu fiz. Eu queria me livrar dos vestidos do armário primeiro, então, deixei para lavar a roupa do patrão mais tarde. O diretor do orfanato recebeu as roupas com um sussurro de agradecimento.

No dia seguinte, depois de lavar, pendurei a roupa. Maca me olhou com aqueles olhos de avelãs pretas. Ela não entende o que aconteceu com seu pai. Ela queria saber se a viagem duraria mais do que as outras. Eu respondi que seria a mais longa de todas. Então, ela encontrou um pássaro morto e me trouxe como se fosse um cachorro. Ela olhou para mim. E foi enterrá-lo. Escureceu, e tirei as roupas com o trovão nos ouvidos e aquele cheiro de terra úmida trazida pelo vento. O vento corria rápido. O topo das árvores se agitava. As roupas balançavam. O casaco do senhor, muito. Demais.

Percebi que, no orfanato, a empregada lavara a roupa doada. Os vestidos estavam pendurados no varal e fiquei impressionada com o rosa, talvez porque os outros eram todos cinza. Ele também era o mais bonito. O trovão ressoou.

Entrei na tríplice fileira de varais da casa da senhora. Então, notei uma mudança impressionante.

O casaco estava a dois metros de onde o tinha pendurado. Como se ele tivesse escorregado pela corda. Parecia estranho, mas não impossível. Eu ajustei meu lenço seguidamente porque o vento queria tirá-lo de minha cabeça. Na rua em frente, os vestidos, alguns pertencentes às meninas do orfanato, balançavam-se, inclinavam-se e se contorciam como se lembrassem das festas de outrora.

Eu me virei e algo escuro, como um grande zangão, sobrevoou minha cabeça.

O paletó não estava mais onde o tinha pendurado, nem na mesma corda. Ele passou do primeiro para o terceiro varal.

Eu fui colocar outro prendedor pensando que fora o vento. O casaco voou novamente. Eu tive que correr, e voltei para onde o tinha pendurado. A segunda corda é um pouco maior, por isso não era impossível… Mas as roupas no varal em frente a ela tremiam com um frenesi que não parecia ser em decorrência do vento que soprava cada vez mais alto.

Então, ele voou outra vez. Instalou-se na segunda corda, depois, foi para a terceira e, a partir daí, como se fosse conduzido por outro trovão, atravessou a rua. Ele se pendurou na primeira corda do varal do orfanato, perto dos vestidos das meninas.

A linha de roupas, na frente, tem duas cordas. Eu vi como o vestido rosa saiu e voou de uma corda para a outra, como o do cavalheiro, aproximando-se daquela que estava próxima da rua. Então, ele voltou para o seu lugar na primeira fila e a roupa do senhor voou para ficar ao lado dele.

O vestido flutuou novamente, como se fosse empurrado para a primeira corda, como se estivesse tentando escapar do casaco. Uma rajada de vento carregou o paletó até que ele se posicionou ao lado do vestido. Os outros vestidos doados voavam de corda para corda, como se a linha de roupas fosse uma casa de galinhas, despertada por um galo, no verão. Confundidos, eles se alinharam novamente ao lado do casaco. Então, eles deslizaram em direção às pontas, onde as cordas estavam amarradas, como se o chão tivesse inclinado para um lado e depois para o outro. O vestido rosa estava ao lado do paletó. Acho que imaginei que as mangas esticassem para tocá-lo.

Algo acariciou meu braço. Virei-me. Ao meu lado, a melhor gravata foi tirada da ponta pela mão do vento. Pelo menos, foi o que presumi. Tensa, como se forrada de arame, transformou-se em uma flecha pronta para o lançamento.

A gravata desapareceu assim que uma motocicleta passou pela rua. Ela grudou-se no rosto do motociclista, porque o veículo derrapou e ele estava deitado no chão. Por instinto, virei-me.

Eu vi Maca observando tudo da janela do seu quarto, no primeiro andar da casa. A cortina em seu cômodo também se moveu, como se o vento tivesse entrado. Ele permaneceu forte. Pareceu-me que mantinha a cortina voando pela sala, ou para conservar a janela fechada para evitar que a menina olhasse.

O motociclista estava levando uma mulher de carona, a qual tinha sido jogada para longe pelo impacto no chão. Aproximei-me dos corpos esticados. Eu precisava dizer à senhora para chamar a ambulância. Eu presenciei os olhos das vítimas, fixos no céu. Começou a chover. Algo, um pensamento intrusivo, levou-me ao orfanato, ao varal.

Acariciei uma das mangas do casaco do senhor, agora quiescente, como se a chuva tivesse abrandado o vento ou o ímpeto que fazia voar aquele pedaço de pano velho.

Maca continuou olhando, sua a mão segurando a cortina. Parecia mais alta, quase uma jovem mulher. Era como se os traços de seu rosto se tornassem mais angulares. Lembrei-me da jovem na pintura.

Algumas das meninas do orfanato também viram tudo de suas janelas. Como se o exército estivesse atravessando a porta.

Voltei a me aproximar dos corpos sem vida. Então, o paletó roçou minhas costas e atravessou a rua para voltar à primeira corda, a primeira, perto da casa da patroa, onde eu o tinha pendurado. Em frente, a roupa doada ao orfanato também se acalmou e voltou para seu lugar.

Tudo estava terminado, alinhado. Eu só precisava dizer à senhora para chamar a ambulância, para recolher os corpos. A chuva lavou o sangue, como se os mortos estivessem se preparando para despertar do sono eterno. As pálpebras da mulher piscaram. Ela me encarou por um segundo.

Lembrou-me de outros, de Maca, da pintura, do patrão, mas as meninas do orfanato gritaram em uníssono. Já estavam incomodadas, vendo todo o estrago tanto das roupas a voar, tanto do acidente, e os olhos da mulher voltaram a se fixar no céu, duros e opacos como as pedras que costumo encontrar na praia.

As pedras, aquelas, que eu coloco nos bolsos para mantê-lo quieto.

A gravata, nunca mais a encontrei.

O paletó está pendurado, agora, ao lado do chapéu, no armário trancado com uma chave e com um cadeado que adicionei.

De vez em quando, vejo uma das meninas do orfanato, talvez a mais velha, andar com o vestido rosa. Ela olha em nossa direção. Ela deve pensar que nos deve algo.

 

LOS TENDEDEROS

OCTUBRE 17, 2017

Escrito por: Adrián Gastón Fares

 

Las luces de la casa se apagaron. Los cortinados se corrieron. La señora se vistió de negro. Maca, la señorita, también. Los rayos de sol a veces nos recordaban que había vida afuera y delataban el polvo que yo no podía sacar de la casa, ese polvo que entraba por más que lo barriera una y mil veces, como si proviniera de los huesos triturados de nuestros soldados o de la tierra removida por las bombas. El polvo que se posaba con insistencia en los muebles y que anticipaba el regaño de la señora. Con Maca a mis espaldas, llamándome por un nombre inventado, María, porque el mío Alejandrina nunca me agradó, yo movía las cortinas, tapaba toda la luz, para que la casa quedara en la penumbra que el señor ya nunca vería.

Cubrí mi cabello con un pañuelo oscuro de tela barata. La señora con un sombrero adornado con una pluma negra.  Ella tenía el cabello hermoso, pero desde que había comenzado la guerra no pudo mantener su estilo de vida. Tal vez ése sea el verdadero motivo de la ropa negra, la razón del duelo. Las cosas que se pierden pero que se podrían volver a conseguir, no como la muerte que es irreversible sino como la buena vida, son las que más duelen. Lo sé porque yo conocía a un muchacho que podría hacerme madre, pero desapareció mucho antes que el señor.

La señora no podía comprar la indumentaria que vio en el catálogo de la tienda de Luto. Lo arrojó a un costado para que yo lo desechara. Para el velatorio le teñí las manos con cera negra para zapatos. Todavía no se le fueron las manchas.

Estuve un día limpiando el armario del señor. Trajes, camisas con mangas y cuellos amarillentos. La señora ordenó lavar algunos para donarlos. El señor tenía su armario cerrado bajo llave y no permitía que lo abriera. Dejaba las ropas que necesitaban lavarse sobre su cama. Pero yo sabía dónde escondía la llave así que le pedí permiso a la señora para abrirlo.

Encontré la indumentaria habitual del señor, pero también vestidos. Sabía que el señor había tenido otra hija de un matrimonio anterior, pero no me imaginaba lo hermosa que había sido. En el fondo del armario, tras la ropa, encontré un dibujo a mano alzada de la señorita. Tal vez sea injusto decirlo pero era más hermosa que Maca. O como una Maca adolescente, embellecida, en la flor de la edad. En el dibujo no hay signos de la pulmonía que se la llevaría.

La señora no se sorprendió cuando le dije que había ropa de una mujer. Ordenó que la donara a la dueña del orfanato de niñas de enfrente.  Así lo hice. Quería deshacerme primero de los vestidos del armario, así que dejé el lavado de la ropa del señor para después. La patrona del orfanato la recibió con un susurro de agradecimiento.

Al otro día, colgué la ropa lavada del señor. Maca me miraba con esas avellanas negras que tiene de ojos. No entiende qué le pasó a su padre. Quería saber si el viaje duraría más que los otros. Le contesté que sería el más largo de todos. Después encontró un pájaro muerto y me lo trajo como si fuera un perro. Me clavó la mirada. Fue a enterrarlo. Anocheció y bajé por la ropa, con los truenos en los oídos y ese olor a tierra mojada que traía el viento. El aire corría rápido. Las copas de los árboles se bamboleaban. Las ropas se mecían. El saco del señor mucho. Demasiado.

Entreví que en el orfanato la empleada había lavado los vestidos donados. Estaban colgados en el tendedero y me llamaba la atención el rosado, tal vez porque todo lo demás era gris. Además era el más lindo. Resonó un trueno.

Me metí en la triple fila de cuerdas del tendedero de la casa de la señora. Entonces noté un cambio llamativo.

El saco del señor se había movido dos metros del lugar donde lo había colgado. Como si se hubiera deslizado por la cuerda. Me pareció raro pero no imposible. Tenía que acomodarme el pañuelo a cada rato porque el viento se lo quería llevar. En la vereda de enfrente los vestidos, algunos pertenecientes a las niñas del orfanato, se balanceaban, ladeaban y contorneaban, como si recordaran las fiestas de antes.

Di vuelta la cabeza y algo oscuro, como un abejorro grande, me sobrepasó.

El saco del señor ya no estaba dónde lo había colgado, ni en la misma cuerda. Se había pasado de la primera a la tercera cuerda del tendedero.

Me acerqué para ponerle otro broche pensando que había sido el viento. El saco voló otra vez, me tuve que correr, y volvió donde lo había colgado. La segunda cuerda está un poco más alta así que tampoco era imposible… Pero los vestidos del tendedero de enfrente se bamboleaban con un frenesí que no parecía ser consecuencia del viento que soplaba cada vez más fuerte.

Entonces el saco del señor volvió a volar. Se poso en la segunda cuerda, luego pasó a la tercera y desde ahí, como impulsado por el estallido de otro trueno, cruzó la calle. Quedó colgando en la primera cuerda del tendedero del orfanato, cerca de los vestidos de las niñas.

El tendedero de enfrente tiene dos cuerdas. Vi como el vestido rosado se desprendía y volaba de una cuerda a la otra, como el del señor, aproximándose a la cercana a la calle. Luego volvió a su lugar en la hilera primera y el saco del señor voló hasta ubicarse a su lado.

El vestido ahí flotó, como empujado, otra vez hacia la cuerda primera, como tratando de escaparse del saco del señor. Una ráfaga de viento llevó el saco del señor hasta que se posicionó al lado del vestido. Los otros vestidos donados volaron de cuerda en cuerda, como si el tendedero fuera un gallinero alborotado por un gallo en celo. Confundidos, volvieron a alinearse al lado del saco del señor. Pero se deslizaban hacia los palos donde estaban atadas las cuerdas, como si el terreno se hubiera inclinado para un lado y luego para el otro. El vestido rosado seguía al lado del saco del señor. Creo que imaginé que las mangas del saco se estiraban para tocarlo.

Algo me acarició el brazo. Me di vuelta. A mi lado, la mejor corbata del señor era tirada de la punta por la mano del viento, por lo menos eso supuse. Tensa, como forrada en alambre que la convertía en una flecha pronta a lanzarse.

La corbata salió disparada justo que una motocicleta pasaba por la calle. Habrá quedado prendida de la cara del motociclista porque el vehículo derrapó y quedó tirado en el suelo. Por instinto me di vuelta.

Vi a Maca observando todo desde la ventana de su dormitorio en el primer piso de la casa. La cortina de su habitación también se movía, como si el viento se hubiera metido. Ella la sujetaba fuerte, me pareció que si no la cortina estaría volando por la habitación o se hubiera cerrado sola para impedir que la niña mirara.

El motociclista llevaba a una mujer detrás que había salido despedida por el impacto contra el suelo. Me acerqué a los cuerpos tendidos. Tenía que avisar a la señora para que llamara a la ambulancia. Observé los ojos clavados en el cielo de las víctimas. Comenzó a llover. Algo, un pensamiento intruso, me llevó hasta el orfanato, hasta las cuerdas del tendedero.

Acaricié una de las mangas del saco del señor, ahora quieto, como si la lluvia hubiese amainado el viento o el ímpetu que hacía volar a ese pedazo de tela vieja.

Maca seguía mirando con su mano aferrando la cortina. Parecía más alta, casi una joven. Era como si sus facciones se hubieran vuelto más angulosas. Me recordaban a las de la señorita del cuadro.

Algunas de las niñas del orfanato también lo habían visto todo desde sus ventanas. Como si el ejército estuviera pasando por la puerta.

Volví a acercarme a los cuerpos sin vida. Entonces, el saco del señor me rozó la espalda y cruzó la calle para volver a la primera cuerda, la cercana a la casa de la señora, donde yo lo había colgado. Enfrente, los vestidos donados al orfanato también se apaciguaron y retornaron a sus lugares.

Todo quedó listo, alineado, sólo me quedaba avisar a la señora para que llamara a la ambulancia y vinieran a recoger los cuerpos. La lluvia lavaba la sangre, como si los muertos estuvieran preparándose para despertar del sueño eterno.  Los párpados de la mujer pestañearon. Me clavó la mirada por un segundo.

Me recordó a otras, a la de Maca, a la del cuadro, a la del señor, pero entonces las chicas del orfanato gritaron al unísono, ya estaban trastornadas, ver todo ese vuelo de ropa y el accidente las habría alterado, y el ojo de la mujer volvió a quedar fijo en el cielo, duro y opaco como las rocas que suelo encontrar en la playa.

Son las que puse en los bolsillos del saco del señor para mantenerlo quieto.

Jamás encontré la corbata del señor.

El saco cuelga ahora, junto a su sombrero, en el armario cerrado con llave y con un candado que yo agregué.

De vez en cuando, veo a una de las niñas del orfanato, tal vez la mayor, pasearse con el vestido rosado. Mira hacia nuestra casa. Debe pensar que nos debe algo.

 

 

Para ler na página do autor, clique AQUI.

Conheça o autor:

Blog de Adrián Gastón Fares

Adrián Gastón Fares, Buenos Aires, Argentina. Nacido un 28 de octubre, en Lanús. Es Egresado de Diseño de Imagen y Sonido de la Universidad de Buenos Aires. Escribió críticas de cine para la pionera revista virtual Cineismo. Fue coordinador de posproducción y trabajó en la película La Antena. Escribió y Dirigió (con Leo Rosales) el documental Mundo tributo (premiado en 2017 con una Mención Especial en un festival de cine de la India), entre otros cortometrajes (Entre nosotros, 2017, Motorhome y Gloria) y videos. Fue seleccionado por su guión y participó del #LabGuión Colombia 2016, IV LABORATORIO INTERNACIONAL DE GUIÓN (organizado por Cinefilia.org) en SantaFe de Antioquia, COLOMBIA. Acaba de ganar el premio de Blood Window Ópera prima de Ficción de Largometraje 2017, INCAA, por la película que escribió y dirigirá llamada Gualicho.

NOVELAS: EL NOMBRE DEL PUEBLO (reescritura en 2016), ELORTIS, EL AMOR TIENE CARA DE MENSAJERO (2012).

Película: GUALICHO (en producción), MUNDO TRIBUTO (2007) CORTOMETRAJES: GLORIA MORIR (1998), MOTORHOME (2011), ENTRE NOSOTROS (a estrenar, 2017). SERIES: POSDOC.

Más información sobre su trabajo: http://www.corsofilms.com

Contacto: adriangastonfares@gmail.com

PRENSA Y PEDIDOS EDITORIALES CONTACTAR A: adrian@corsofilms.com

3 pensamentos sobre “Os Varais

  1. Pingback: Los tendederos. Cuento. – Adrián Gastón Fares

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s