
ESPELHO
Catarina, Catarina
Desce a ladeira,
dá sentido para a rima
dos bordões da Cochinchina.
Não sofre, não, Catarina!
Sou eu, aqui.
O amor é um véu
A preencher o breu
do teu imenso céu.
Meu amor é clichê, Catarina.
Só teu, de mais ninguém.
Só teu, minha menina.
É só tesão dentro de ti,
ilusão que desatina.
Sente a dor e o suor.
Abre o peito, Catarina!
Abre logo, deixa sair
de uma vez essa rotina.
Sou descrente de amor.
Amor é engano, é osso.
Não se contenta com pouco.
A vida ensina.
Por isso sou paixão,
E só paixão.
Vê se entende, Catarina.