A Senhora da Floresta – Miniconto

Créditos da Imagem: Evelyn Postali

A SENHORA DA FLORESTA

Próxima de Ulork, um povoado esquecido e longínquo, ao sul da terra de Guustul, cresce uma floresta vermelha. Suas densas árvores estendiam seus galhos robusto e se entrelaçam e se derramam pela terra enraizando-se e originando novas e vigorosas plantas.

Fungos vermelhos e pequenas flores silvestres crescem, adornando o pé das árvores e mesmo no verão, os tons quentes predominam nas folhas e vegetação rasteira. Trilhas cruzam a floresta de lado a lado em um labirinto circular e ao sol do outono mais parecem rios de ouro.

Nas festividades de solstício, os habitantes do vilarejo seguem em procissão para o centro do bosque. Lá, frondosa e magnífica, impõe-se uma macieira. Seu tronco rugoso mostra a idade milenar em sulcos e veias de um vermelho escuro terroso. Os musgos que cobrem suas raízes expostas matizam o chão de ocres e alaranjados.

Os anciãos seguem à frente, levando nas mãos grandes bandejas entalhadas em madeira. Aquela macieira é a grande mãe do território, a Senhora da Floresta, símbolo da fertilidade daquele pedaço de povoado. Generosa, é capaz de preservar a fartura de cada um dos ulorkianos.

Realizam a cerimônia em silêncio. A palavra é proibida.  Uma dança coletiva reverencia a grande e velha árvore e, ao final, em sinal de aceitação, as enormes maçãs soltam-se dos galhos contorcidos e são recolhidas pelos anciãos.

2 pensamentos sobre “A Senhora da Floresta – Miniconto

    • Gratidão pela leitura e comentário, Tony! Esse desenho fiz há algum tempo. Daí, resolvi editar com um aplicativo para dar cor. Do desenho, surgiu a ideia da história. Gratidão mais uma vez. Abraço!

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