Testemunha Ocular – Miniconto

Testemunha Ocular – Miniconto

Romualdo, era um observador da cidade e de seus habitantes. Sofia, sua esposa sempre o instigava a buscar novos passatempos depois do acidente que lhe privou das pernas. Em seus quase setenta anos, depois da partida da amada, abraçou a … Continuar lendo

Hoje não tem microconto…

Soft pastel ou pastel seco é um dos materiais que realmente amo usar. É um giz que pode vir no formato de lápis ou barras ou sticks cilíndricos. Prático e fácil de ser esfumado, possui pigmento que pode manter sua cor original por até 100 anos ou mais (se você usar um fixador). E isso, por si só, já é maravilhoso.

Com ele, eu crio transições de cor delicadas. E essa transição de cor se dá de forma prática. As cores claras podem cobrir as escuras e vice-versa. Se eu mudar de ideia de cor no meio do caminho, com o pastel seco, não tenho problema, porque ele é versátil. Muito diferente da tinta acrílica, à óleo, da aquarela, ou do seu ‘irmão’ o pastel oleoso (o mais difícil de trabalhar, no meu entendimento).

Eu sei que ele é um dos materiais mais antigos que se usou em Arte, mas foi no Impressionismo que ele ganhou maior importância.

Costumo fazer paisagem com o pastel seco. É o que mais gosto de fazer, mas já trabalhei alguns retratos.

Hoje eu vou colocar, aqui, alguns trabalhos meus com esse material. Junto de cada imagem, segue a paleta de cores usadas. Dependendo do motivo a ser pintado, a paleta de cores aumenta ou diminui.

Nesse conjunto de imagens estão quatro paisagens e o retrato da Miya.

Pastéis macios são usados tanto para pintar quanto para desenhar. Depende do que você quer fazer. Eles também podem ser usados junto com outros materiais – guache, aquarela, tintas acrílicas e também a óleo, com carvão e tinta china (nanquim). Algumas dessas técnicas eu já testei e o resultado foi satisfatório.

Creio que o melhor conselho é sempre experimentar para saber qual é a que vai estar de acordo com o que você quer.

E é isso.

Se você leu até aqui, minha gratidão. Deixa um comentário para eu saber se você também faz desenho ou pintura. Quem sabe possamos trocar algumas ideias. Se você não desenha ou pinta, também meu agradecimento.

Abraços carinhosos!

Oto – Miniconto

Créditos da imagem: Evelyn Postali

Oto nasceu em um dia ensolarado e chorou até anoitecer. Depois, pegava no sono pela manhã, ao nascer do dia, quando os pais, exaustos, atracavam-se no batente.

Amava as frutas e quando criança, sua mãe admirava-se com seu paladar, muito diferente dos filhos de suas amigas. O tal ponto positivo contrabalançava os hábitos noturnos.

A rotina da casa foi alterada em função do pequeno. O pai, encontrou um trabalho noturno e a mãe, adaptou-se às exigências tornando-se produtora de eventos, compatibilizando horários.

Com ouvido absoluto, iniciou-se na música. Transposições de harmonias, desarmonias, composições além do mais contemporâneo. O professor admirou-se e, tempos depois, o discípulo superou o mestre.

Em sala de aula, dormia ouvindo a professora e a dificuldade de aprendizado diurno foi superada com aulas extraclasse no vespertino e noite, onde sua genialidade expandiu-se e superou o tempo escolar normal, entrando precocemente para a universidade.

Apesar de recluso, ganhou amigos também ‘estranhos’ aos olhos da sociedade. Vestiam-se de preto, pintavam os olhos, tatuavam o corpo. Separou-se da família ao completar 21.

Oto desapareceu em uma noite, no verão de 69, na beira de um rio, perto de sua cidade natal, onde o grupo acampava. Dos relatos colhidos pelos investigadores, o mais estranho foi de Rúbia. A moça afirmou ter visto Oto ser alçado pelo bando de morcegos e sumir na escuridão da floresta. Mergulhadores estenderam as buscas para além dos limites possíveis. Policiais e grupos auxiliares percorreram a extensão da floresta durante uma semana ininterrupta. Cartazes com a imagem de Oto ainda podem ser encontrados nas delegacias da região e em publicações de familiares e amigos.

Hoje não tem microconto

Hoje não tem microconto

Hoje não tem micronarrativa, apesar de ter sido feito o desafio diário. Hoje não tem micronarrativa porque estou especialmente feliz. América, a Girafa Cantora, está finalmente na gráfica! Foi um imenso prazer construir o roteiro de desenho e pintar cada … Continuar lendo

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Crônica da vida que passa (1)

Crônica da vida que passa (1)

CHUMBIADO Ninguém sabia me dizer o nome, mas o apelido era certo: Chumbiado. Eu nunca soube de onde vinha, para onde ia, onde morava ou dormia. Ninguém sabia. Batia à porta da casa da minha avó com o branco estalado … Continuar lendo

Histórias Fantásticas (8)

O Castelo da Lua

Ao pé da colina, na beira do precipício, bem ao sul do território,  Valjean, ainda criança, viu o pai construir um castelo. Uma década dedicada ao palácio. Arquitetos e pedreiros do reino fizeram subir a edificação em tempo recorde e obreiros de várias partes dos territórios adjacentes completaram os detalhes.

O soberano planejou com minúcia cada uma das salas, passarelas, escadas, torres e muradas. Cozinha, biblioteca, quartos vazios exceto dois, localizados na torre mais alta. Pedras brancas sobre pedras brancas, certificou-se da vedação de cada cubículo, de cada passagem, tanto nos porões quanto nos andares superiores. Janelas gradeadas e adornadas em baixo-relevo em prata. As únicas janelas sem grades tinham vista para o mar e estavam na torre dos quartos mobiliados, mas sem saída a não ser para o abismo.

Uma porta pesada cuja tranca travaria após a primeira descida constituía-se único acesso ao castelo.

Na cobertura, firmou bandeiras brancas e totens adornados com a imagem da lua.

Do lado de fora, impôs um cercado de lanças com pontas de prata inclinadas 45° para dentro e para fora contornando cada lado do burgo. E, antes da barreira pontiaguda de aço, uma extensa área de espinheiros, sem qualquer estrada, sem qualquer brecha de passagem.

Valjean viu as árvores frutíferas de várias espécies crescendo no pátio interno. No centro, um jardim com acônitos, freixos e rododendros roxos e uma pequena horta com especiarias. Um galinheiro e um chiqueiro na ala mais afastada. Por noites a fio, observou seu pai enfeixar uma obra única com textos e relatos sobre o cultivo das espécies vegetais e sobre a criação dos animais, sobre o preparo de alimentos, sobre medicina caseira e organização doméstica.

Durante longos dez anos, o pai o ensinou a ler, tocar violão, cozinhar, cultivar os alimentos, falar os dialetos da região, misturar as ervas, entender o céu de cada estação, as fases da lua. No dia do décimo oitavo ano de Valjean, o soberano fez descer a pesada porta, trancando-se no castelo com o filho. Subiu ao terraço e sentou-se com ele em meio aos totens esperando a lua cheia crescer no horizonte.

O Escudo de Nirmud

Naquele tempo, o reino era desmilitarizado, desprovido de exército e ganância. O único combate aceitável era o combate à fome que, em época de seca ou enchente, destruía os sonhos de uma sociedade justa e evoluída. Por esse motivo, as mãos de Nirmud plantavam os grãos, curavam os doentes, caçavam e escreviam as leis dos antigos. Nenhum outro cidadão tinha tanto prestígio quanto ele, o predestinado.

Foi difícil conviver com a guerra cósmica, trazida por exércitos desconhecidos, rasgando a terra e criando feridas profundas. Foi igualmente difícil ver seu pai e seus irmãos morrerem sob espadas faiscantes que jamais manuseara. Nirmud correu pela pradaria descalço, de mãos vazias, competindo com o vento e clamando pelos deuses de sua crença.

Então, caiu diante de um escudo cujas cores assemelhavam-se às chamas da forja e tão brilhante quanto as pedras reluzentes encontradas nos rios. Junto dele, uma maça, semelhante às clavas de madeira que seus ancestrais carregavam, mas diferenciada pelo material, tão reluzente quanto o escudo.

Os deuses haviam atendido seu clamor. Ele tomou o escudo e desceu para onde a luta acontecia. Não houve espada capaz de quebrar sua defesa; nenhuma arma capaz de macular seu corpo. Nirmud fez tombar os inimigos, um a um; sucumbiram diante dele.