
Descobriu-se presa na sala de espelhos; sua imagem, tão vívida, replicada incontáveis vezes. Mesma altura, mesmos vícios, mesmo vinco na testa. Viu-se presa no caleidoscópio multicolorido. Mas não era ela. Eram as outras. Suas versões. Ela, desbotada, dissipada em crenças e ideias sobre o mundo. Ela sem cor, se esvaindo, sugada pelas outras.
Avançou para uma das imagens, perpassou-a, ganhando corpo, incorporando-a. Encheu-se de si.
Fez isso com cada uma delas até completar-se na última, roubando cada reflexo seu.
Na sala, nada ficou senão vidros vazios, refletindo o nada. Ela, no centro, internamente refletida, multicolorida, multivocal.
Gritou tão alto e tão forte! Quebrou os painéis. Dissolveu a sala em pedaços reluzentes, todos espalhados como um tapete a cobrir o chão. Ao seu redor e sobre sua cabeça, a escuridão. Foi quando as paredes ruíram e o labirinto se desfez.
Que maravilha Evelyn. Vários reflexos como prova de igualdade e também de frustração. Feliz Dia Internacional da Mulher. Parabéns.
Gratidão! Feliz dia das mulheres para os homens que respeitam a condição de igualdade. Gratidão pela leitura e comentário!
Obrigado Evelyn. Todos que tem ou tiveram mãe, irmã, avó, tia, prima e amigas deveriam saber respeitar devidamente a todas as mulheres.